Quando te conheci, ou melhor, quando te vi pela primeira vez, não gostei de ti, achei que tinhas um ar convencido e ainda me lembro da forma como saíste da sala, lembro-me de te ver a sair e dares aquele toque com o pé... tinhas uns adidas azuis com riscas amarelas, sempre gostei desses ténis.
Quando começamos a falar e percebi que tinhas algum interesse em mim, achei que me tinha saído a sorte grande, eras o mais giro, tinhas um cheiro característico, que ainda hoje consigo sentir, fazias-me rir, fazias-me sonhar.
Lembro-me de estar a comentar com uma amiga que tu eras um sonho, um sonho que nunca pensei que me pudesse acontecer. Lembro-me que adorava as tuas costas, tão lisas, tão bonitas... adorava passear as minhas mãos por elas. Adorava quando adormecia encostada a ti...
Mas tudo muda e as minhas inseguranças começaram a martelar-me a cabeça e os ciumes... ai os ciumes... os ciumes juntamente com as inseguranças, fizeram-me acreditar que tu eras demasiado bom para mim, que a qualquer momento irias encontrar uma pessoa mais interessante, mais bonita, com um corpo perfeito e que eu, eu ia saltar fora...
Hoje, hoje choro, choro todos os dias, choro porque a culpa foi minha, choro porque tu não quiseste sequer tentar resolver isto, choro porque no fundo não sei se realmente quero ou não afastar-me de ti, choro essencialmente porque todas as pessoas de quem gosto acabo por perder e tu és mais uma.