segunda-feira, 9 de abril de 2018

Sempre, mas não para sempre

Sempre fui insegura, sempre achei que não era bonita, que não tinha um corpo perfeito, que não era interessante. Sempre achei e continuo a achar e agora com tudo o que está a acontecer, percebo, de forma mais nítida, que toda esta minha insegurança me faz ser ciumenta. 
Quando te conheci, ou melhor, quando te vi pela primeira vez, não gostei de ti, achei que tinhas um ar convencido e ainda me lembro da forma como saíste da sala, lembro-me de te ver a sair e dares aquele toque com o pé... tinhas uns adidas azuis com riscas amarelas, sempre gostei desses ténis.
Quando começamos a falar e percebi que tinhas algum interesse em mim, achei que me tinha saído a sorte grande, eras o mais giro, tinhas um cheiro característico, que ainda hoje consigo sentir, fazias-me rir, fazias-me sonhar. 
Lembro-me de estar a comentar com uma amiga que tu eras um sonho, um sonho que nunca pensei que me pudesse acontecer. Lembro-me que adorava as tuas costas, tão lisas, tão bonitas... adorava passear as minhas mãos por elas. Adorava quando adormecia encostada a ti... 
Mas tudo muda e as minhas inseguranças começaram a martelar-me a cabeça e os ciumes... ai os ciumes... os ciumes juntamente com as inseguranças, fizeram-me acreditar que tu eras demasiado bom para mim, que a qualquer momento irias encontrar uma pessoa mais interessante, mais bonita, com um corpo perfeito e que eu, eu ia saltar fora...
Hoje, hoje choro, choro todos os dias, choro porque a culpa foi minha, choro porque tu não quiseste sequer tentar resolver isto, choro porque no fundo não sei se realmente quero ou não afastar-me de ti, choro essencialmente porque todas as pessoas de quem gosto acabo por perder e tu és mais uma.